O que é gripe ou influenza?
A gripe é uma infecção aguda do sistema respiratório, provocado pelo vírus da influenza, com grande potencial de transmissão.
Inicia-se com febre, dor no corpo, e tosse seca. Normalmente, tem evolução por tempo limitado, durando de um a quatro dias, mas pode se apresentar forma grave.
O Sistema Único de Saúde (SUS) concede de forma gratuita a vacina que protege contra os tipos A e B do vírus.
O vírus da gripe (Influenza) propaga-se facilmente e é responsável por elevadas taxas de hospitalização. Idosos, crianças, gestantes e pessoas com doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, ou imunodeficiência são mais vulneráveis aos vírus.
Se não for tratada a tempo, a gripe pode causar complicações graves e levar à morte, principalmente nos grupos de alto risco, como pessoas com mais de 60 anos, crianças menores de cinco anos, gestantes e doentes crônicos.
Um indivíduo pode contrair a gripe várias vezes ao longo da vida.
Qual é o vírus da gripe?
Existem três tipos de vírus influenza/gripe que circulam no Brasil: A, B e C. |
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O vírus influenza A e B são responsáveis por epidemias sazonais, sendo o vírus influenza A responsável pelas grandes pandemias.
O tipo C causa apenas infecções respiratórias brandas, não possui impacto na saúde pública, não estando relacionado com epidemias.
Tipo A - são encontrados em várias espécies de animais, além dos seres humanos, como suínos, cavalos, mamíferos marinhos e aves.
As aves migratórias desempenham importante papel na disseminação natural da doença entre distintos pontos do globo terrestre.
Eles são ainda classificados em subtipos de acordo com as combinações de 2 proteínas diferentes, a Hemaglutinina (HA ou H) e a Neuraminidase (NA ou N).
Dentre os subtipos de vírus influenza A, atualmente os subtipos A(H1N1)pdm09 e A(H3N2) circulam de maneira sazonal e infectam humanos.
Alguns vírus influenza A de origem animal também podem infectar humanos causando doença grave, como os vírus A(H5N1), A(H7N9), A(H10N8), A(H3N2v), A(H1N2v) e outros.
O vírus influenza A (H7N9) é um subtipo de vírus influenza A de origem aviária.
Tipo B - infectam exclusivamente os seres humanos. Os vírus circulantes B podem ser divididos em 2 grupos principais (as linhagens), denominados linhagens B/ Yamagata e B/ Victoria. Os vírus da gripe B não são classificados em subtipos.
Tipo C - infectam humanos e suínos. É detectado com muito menos frequência e geralmente causa infecções leves, portanto apresenta implicações menos significativas de saúde pública.
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IMPORTANTE: em 2011, um novo tipo de vírus da gripe, o D, foi isolado de suínos e gado nos Estados Unidos da América (EUA) e também foi identificada a circulação desse novo tipo de vírus influenza, em bovinos, na França, a partir de 2014 esse vírus vem sendo mais identificado.
Quais os principais sintomas da gripe?
Os principais sintomas da gripe são: |
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Adulto - O quadro clínico em adultos sadios pode variar de intensidade.
Criança - A temperatura pode atingir níveis mais altos, sendo comum o achado de aumento dos linfonodos cervicais e tambémpodem fazer parte os quadros de bronquite ou bronquiolite, além de sintomas gastrointestinais.
Idoso - quase sempre se apresentam febris, às vezes, sem outros sintomas, mas em geral, a temperatura não atinge níveis tão altos.
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Os demais sinais e sintomas da gripe (influenza) são habitualmente de aparecimento súbito, como: |
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Podem ainda estar presentes na gripe (influenza) os seguintes sinais e sintomas: |
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Adulto - O quadro clínico em adultos sadios pode variar de intensidade.
Criança - A temperatura pode atingir níveis mais altos, sendo comum o achado de aumento dos linfonodos cervicais e tambémpodem fazer parte os quadros de bronquite ou bronquiolite, além de sintomas gastrointestinais.
Idoso - quase sempre se apresentam febris, às vezes, sem outros sintomas, mas em geral, a temperatura não atinge níveis tão altos.
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Quanto tempo dura uma gripe?
A febre é o sintoma mais importante e dura em torno de 3 dias. Os sintomas sistêmicos são muito intensos nos primeiros dias da doença.
Com a sua progressão, os sintomas respiratórios tornam-se mais evidentes e mantêm-se em geral por 3 a 4 dias, após o desaparecimento da febre.
Clinicamente, a gripe (influenza) inicia-se com febre, em geral acima de 38°C, seguida de dor muscular e de garganta, prostração, cefaleia e tosse seca.
Qual a diferença entre gripe e resfriado?
Existem sintomas diferentes para gripe e resfriado
Os sintomas mais comuns de um resfriado são: |
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Já os sintomas mais comuns da gripe são: |
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Distribuição dos tipos para melhor compreensão:
Descrição da gripe (influenza)
Situações de Risco da gripe (influenza)
Informações técnicas sobre a gripe (influenza)
Situação epidemiológica da Influenza no Brasil
A Coordenação-Geral de Doenças Transmissíveis, por meio da área técnica de influenza, monitora os dados epidemiológicos da influenza semanalmente, com a elaboração de Boletins Epidemiológicos que são encaminhados às equipes técnicas da vigilância dos estados e colaboradores, para ampla divulgação.
Confira aqui os últimos dados epidemiológicos:
Vigilância Nacional da Influenza e Rede Sentinela
Normatizações e técnicas sobre a gripe (influenza)
Quais são as complicações da Influenza (Gripe)?
O quadro clínico em adultos sadios pode variar de intensidade e nas crianças a temperatura pode atingir níveis mais altos, sendo comum o achado de aumento dos linfonodos cervicais e também podem fazer parte os quadros de bronquite ou bronquiolite, além de sintomas gastrointestinais.
Os idosos quase sempre se apresentam febris, às vezes sem outros sintomas, mas em geral a temperatura não atinge níveis tão altos.
As situações reconhecidamente de risco incluem doença pulmonar crônica (asma e doença pulmonar obstrutiva crônica – DPOC), cardiopatias (insuficiência cardíaca crônica), doença metabólica crônica (diabetes, por exemplo), imunodeficiência ou imunodepressão, gravidez, doença crônica renal e hemoglobinopatias.
As complicações são mais comuns em idosos e indivíduos vulneráveis. As mais frequentes são as pneumonias bacterianas secundárias, sendo geralmente provocadas pelos seguintes agentes: Streptococcus pneumoniae, Staphylococcus ssp. e Haemophillus influenzae.
Uma complicação incomum, e muito grave, é a pneumonia viral primária pelo vírus da influenza. Nos imunocomprometidos, o quadro clínico é geralmente mais arrastado e, muitas vezes, mais grave. Gestantes com quadro de influenza no segundo ou terceiro trimestre da gravidez estão mais propensas à internação hospitalar.
Como prevenir a gripe (influenza)?
Etiqueta Respiratória:
Para redução do risco de adquirir ou transmitir doenças respiratórias, especialmente as de grande infectividade, como vírus Influenza, orienta-se que além da vacina, sejam adotadas medidas gerais de prevenção, tais como:
- Frequente higienização das mãos, principalmente antes de consumir algum alimento
- Utilizar lenço descartável para higiene nasal
- Cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir
- Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca
- Higienizar as mãos após tossir ou espirrar
- Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas.
- Manter os ambientes bem ventilados
- Evitar contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas de influenza.
- Evitar sair de casa em período de transmissão da doença
- Evitar aglomerações e ambientes fechados (procurar manter os ambientes ventilados)
- Adotar hábitos saudáveis, como alimentação balanceada e ingestão de líquidos
- Orientar o afastamento temporário (trabalho, escola etc.) até 24 horas após cessar a febre
- Indivíduos que apresentem sintomas de gripe devem:
- Evitar sair de casa em período de transmissão da doença (até 7 dias após o início dos sintomas)
- Restringir ambiente de trabalho para evitar disseminação
- Evitar aglomerações e ambientes fechados, procurando manter os ambientes ventilados
- Adotar hábitos saudáveis, como alimentação balanceada e ingestão de líquidos
IMPORTANTE: O serviço de saúde deve ser procurado imediatamente caso apresente algum desses sintomas: dificuldade para respirar, lábios com coloração azulada ou roxeada, dor ou pressão abdominal ou no peito, tontura ou vertigem, vomito persistente, convulsão.
Medidas preventivas em Creches
A aglomeração de crianças em creches facilita a transmissão de influenza. A melhor maneira de proteger as crianças contra influenza sazonal e potenciais complicações graves é a vacinação anual contra influenza. Para as crianças a vacina da influenza é recomendada a partir de 6 meses até 6 anos
Cuidadores e crianças lotadas em creches devem adotar as medidas gerais de prevenção e etiqueta respiratória, também realizar a higienização dos brinquedos com água e sabão quando estiverem sujos. Deve-se utilizar lenço descartável para limpeza das secreções nasais e orais das crianças.
No caso de utilização de lenço ou fralda de pano, estes devem ser trocados sempre que necessário. Deve-se lavar as mãos após contato com secreções nasais e orais das crianças, principalmente, quando a criança estiver com suspeita de síndrome gripal
Cuidadores devem observar se há crianças com tosse, febre e dor de garganta, devem informar aos pais quando a criança apresentar os sintomas de síndrome gripal, caso observem um aumento do número de crianças doentes com síndrome gripal ou com absenteísmo pela mesma causa na creche devem informar a secretaria municipal de saúde
O contato da criança doente com as outras deve ser evitado. Recomenda-se que a criança fique em casa, a fim de evitar transmissão da doença - por pelo menos 24 horas após o desaparecimento da febre, sem utilização de medicamento.
Medidas preventivas para Gestantes
Influenza causa mais gravidade em gestantes do que em mulheres não grávidas. As mudanças no sistema imunológico, circulatório e pulmonar durante a gravidez faz com que as gestantes sejam mais propensas as complicações por influenza, trabalho de parto prematuro, assim como hospitalização, e óbito.
A vacinação contra influenza durante a gravidez protege a gestante, o feto e o bebê recém-nascido até os 6 meses.
- As gestantes devem buscar o serviço de saúde, caso apresente sintomas de Síndrome Gripal
- Durante internação e trabalho de parto, se a mulher estiver com diagnóstico de Influenza, deve-se priorizar o isolamento
- Se a mãe estiver doente, deve realizar medidas preventivas e de etiqueta respiratória, como a constante lavagem das mãos, principalmente para evitar transmissão para o recém-nascido
- A parturiente deve evitar tossir ou espirrar próximo ao bebê. O bebê pode ficar em isolamento com a mãe (evitando-se berçários)
Vacina da Influenza (Gripe)
A vacina produzida para 2019 teve mudança em duas das três cepas que compõem a vacina, e protege contra os três subtipos do vírus da gripe que mais circularam no último ano no Hemisfério Sul, de acordo com determinação da OMS: A/Michigan/45/2015 (H1N1) pdm09; A/Switzerland/8060/2017 (H3N2); B/Colorado/06/2017 (linhagem B/Victoria/2/87).
A vacina contra gripe é segura e reduz as complicações que podem produzir casos graves da doença.
Como o organismo leva, em média, de duas a três semanas para criar os anticorpos que geram proteção contra a gripe após a vacinação, o ideal é realizar a imunização antes do início do inverno, que começa em junho.
O período de maior circulação da gripe vai do final de maio até agosto.
A vacina contra gripe não está na rotina do Calendário Nacional de Saúde. Trata-se de uma vacina de campanha, ou seja, ocorre somente em um período específico.
Por isso, todos os anos, o Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde, promove a Campanha Nacional de Vacinação.
Durante a campanha, estarão funcionando no país 41,8 mil postos de vacinação, com o envolvimento de 196,5 mil pessoas e a utilização de 21,5 mil veículos terrestres, marítimos e fluviais.
IMPORTANTE: Crianças menores de seis meses e pessoas com alergia severa a ovo são contraindicadas para se vacinarem contra a influenza.
DOCUMENTOS NECESSÁRIOS PARA VACINAÇÃO
Para receber a dose da vacina, é importante levar:
- Cartão de vacinação
- Documento de identificação
Pessoas com doenças crônicas ou com outras condições clínicas especiais
- Apresentar, também, prescrição médica especificando o motivo da indicação da vacina
- Pacientes cadastrados em programas de controle das doenças crônicas do SUS deverão se dirigir aos postos em que estão registrados para receberem a dose, sem necessidade de prescrição médica
Profissionais do público-prioritário
- Professores: contracheque ou crachá
Os grupos prioritários a serem vacinados de acordo com recomendações do Ministério da Saúde são:
- Crianças de seis meses a menores de seis anos (5 anos, 11 meses e 29 dias): todas as crianças que receberam uma ou duas doses da vacina influenza sazonal em 2018, devem receber apenas uma dose em 2019. Deve ser considerado o esquema de duas doses para as crianças de seis meses a menores de nove anos de idade que serão vacinadas pela primeira vez, devendo-se agendar a segunda dose para 30 dias após a 1ª dose.
- Gestantes: em qualquer idade gestacional. Para o planejamento da ação, torna-se oportuno a identificação, localização e o encaminhamento dessas para a vacinação nas áreas adstritas sob responsabilidade de cada serviço de saúde dos municípios. Para este grupo não haverá exigência quanto à comprovação da situação gestacional, sendo suficiente para a vacinação que a própria mulher afirme o seu estado de gravidez.
- Puérperas: todas as mulheres no período até 45 dias após o parto estão incluídas no grupo alvo de vacinação. Para isso, deverão apresentar documento que comprove a gestação (certidão de nascimento, cartão da gestante, documento do hospital onde ocorreu o parto, entre outros) durante o período de vacinação.
- Trabalhador de Saúde: todos os trabalhadores de saúde dos serviços públicos e privados, nos diferentes níveis de complexidade.
- Professores: todos os professores das escolas públicas e privadas.
- Povos indígenas: toda população indígena, a partir dos seis meses de idade. A programação de rotina é articulada entre o PNI e a Secretaria de Atenção a Saúde Indígena (SESAI).
- Indivíduos com 60 anos ou mais de idade deverão receber a vacina influenza, apresentando documento que comprove a idade. ü Adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas: o planejamento e operacionalização da vacinação nos estabelecimentos penais deverão ser articulados com as Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde e Secretarias Estaduais de Justiça (Secretarias Estaduais de Segurança Pública ou correlatos), conforme Plano Nacional de Saúde no Sistema Penitenciário
- População privada de liberdade e funcionários do sistema prisional: o planejamento e operacionalização da vacinação nos estabelecimentos penais deverão ser articulados com as Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde e Secretarias Estaduais de Justiça (Secretarias Estaduais de Segurança Pública ou correlatos), conforme Plano Nacional de Saúde no Sistema Penitenciário.
- Força de segurança e salvamento.
- Pessoas portadoras de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais independe da idade.
Maiores informações, acesse o Informe Técnico da Campanha Nacional de Vacinação contra Influenza do Ministério da Saúde
A Campanha Nacional de Vacinação de Influenza
Como é feito o tratamento da Influenza (Gripe)?
Mesmo pessoas vacinadas, ao apresentarem os sintomas da gripe - especialmente se são integrantes de grupos mais vulneráveis às complicações - devem procurar, imediatamente, uma unidade de saúde. O médico é que vai avaliar a necessidade de prescrever uso do antiviral fosfato de Oseltamivir.
De acordo com o Protocolo de Tratamento de Influenza 2017, do Ministério da Saúde, o uso do antiviral fosfato de Oseltamivir está indicado para todos os casos de síndrome respiratória aguda grave e casos de síndrome gripal com condições e fatores de risco para complicações.
O remédio é prescrito em receituário simples e está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS).
O início do tratamento deve ser preferencialmente nas primeiras 48 horas após o início dos sintomas. O antiviral apresenta benefícios mesmo se administrado após 48 horas do início dos sintomas.
Condições e fatores de risco para complicações, com indicação de tratamento:
- Grávidas em qualquer idade gestacional;
- Puérperas até duas semanas após o parto (incluindo as que tiveram aborto ou perda fetal);
- Adultos ≥ 60 anos;
- Crianças < 5 anos (sendo que o maior risco de hospitalização é em menores de 2 anos, especialmente as menores de 6 meses com maior taxa de mortalidade);
- População indígena aldeada ou com dificuldade de acesso
- Pneumopatias (incluindo asma); Cardiovasculopatias (excluindo hipertensão arterial sistêmica); Nefropatias; Hepatopatias;
- Doenças hematológicas (incluindo anemia falciforme);
- Distúrbios metabólicos (incluindo diabetes mellitus);
- Transtornos neurológicos que podem comprometer a função respiratória ou aumentar o risco de aspiração (disfunção cognitiva, lesões medulares, epilepsia, paralisia cerebral, Síndrome de Down, atraso de desenvolvimento, AVC ou doenças neuromusculares);
- Imunossupressão (incluindo medicamentosa ou pelo vírus da imunodeficiência humana);
- Obesidade (Índice de Massa Corporal – IMC ≥ 40 em adultos);
- Indivíduos menores de 19 anos de idade em uso prolongado com ácido acetilsalicílico (risco de Síndrome de Reye).
Viajantes e a Influenza (Gripe)
Em situação de viagem, deve-se considerar previamente a situação epidemiológica da localidade de destino. Recomenda-se aos viajantes para as áreas com evidência de circulação de Influenza A (H5N1) e influenza A (H7N9), evitar contato com animais vivos nos mercados e granjas.
Os portadores sintomáticos deverão buscar assistência para tratamento e notificação imediata no caso de apresentar febre, tosse, dor de garganta ou dispneia, com história de exposição nos últimos 15 dias a áreas afetadas.
Acesse: Saúde do Viajante
O vírus influenza A (H7N9) é um subtipo de vírus influenza A de origem aviária
Influenza A (H3N2v)
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